Cada vez mais chego à conclusão que os homens têm um problema grave comigo. E digo que são eles quem tem o problema e não eu, porque são eles que tendem a generalizar o comportamento deles a um determinado padrão de mulheres, no qual me incluem.
Pois... Quem me conhece sabe bem que sou um bicho raro e em pouco semelhante à maioria das pessoas e logo, à maioria das mulheres.
Tenho um amigo meu que é médico que já me disse estar médica e cientificamente comprovado que eu sou "anormal". Confesso que na minha juventude e nos problemáticos anos da adolescência, esta "anormalidade" causou-me alguns problemas. Mas à medida que os anos foram passando, aprendi a lidar comigo, a conhecer-me e hoje em dia sou uma pessoa bem resolvida mentalmente com as minhas diferenças para com o resto do mundo.
Sou tão bem resolvida que o meu sentido prático para com as outras pessoas e para com a vida no geral, é frequentemente mal interpretado.
E com os homens esta má interpretação é mais notória. Penso que os homens ao longo da sua experiência e vivência acumularam informação que os levou a padronizar comportamentos de resposta imediata à grande maioria das mulheres e de repente quando encaram com uma que não corresponde ao nível expectável dos seus previamente recolhidos dados estatísticos... Ups! Ficam baralhados, confusos e vê-se qual legendagem em nota de rodapé a dificuldade estampada nos seus rostos à procura da saída de emergência mais próxima.
Como todas as mulheres bem sabem, o cérebro dos homens é algo mais lento nestas coisas de resposta na ponta da língua e geram-se uns momentos engraçados, durante os quais fico literalmente a "gozar o prato".
Como disse há uns posts atrás, sou uma pessoa muito física e gosto muitíssimo do contacto físico com as pessoas que me rodeiam. Não tenho problemas em abraçar, beijar ou acarinhar as pessoas que fazem parte do meu círculo de amizades. Compreendo que no início as pessoas se possam sentir intimidadas com este meu à vontade, mas depressa percebem que é assim que eu sou.
Depois tenho ainda uma forma natural de ser completamente descontraída. Não há situações que me embaracem ou pessoas novas que me intimidem. Eu chego e sou sempre eu mesma e as pessoas, homens mais concretamente, não estão habituados a isso.
O que resulta desta falta de habituação deles a mulheres como eu é que eles tendem a achar que estou interessada neles sexualmente falando, quando eu não estou nem aí.
Quando eles são interessantes, sim claro que entro num flirt saudável, mas não lhes dou corda suficiente ao ponto de acharem que se podem esticar se eu não quiser realmente algo mais. E dúvidas houvessem, quando eu vejo que eles estão a entrar em campos minados, faço sempre questão de lhes dizer directamente isso mesmo.
Agora querem saber a parte engraçada?!
Estranhamente, eles tendem a achar que eu me estou a fazer de difícil e que a minha frontalidade num assunto tão delicado quanto o é, a sexualidade humana e os seus jogos de sedução inerentes, é a minha forma de dizer "quero-te e desejo-te muitíssimo". ERRADO!
Se eu os quisesse e desejasse ao nível da loucura que eles imaginam, seriam os primeiros a sentir na pele isso mesmo. Não sou menina que deixe dúvidas dos meus intentos.
No entanto, como expresso claramente que não estou interessada neles nesse sentido e isso não é um comportamento comum numa mulher, eu transformo-me automaticamente num desafio. E quantas mais vezes lhes disser não, mais eles ficam fisgados na minha pessoa.
Chego a desesperar com isto. Quando as coisas entram nesta fase, sento-me com eles e explico-lhes que o meu não significa não. Que não é um "não" com mensagens de "oh por favor, continua que eu estou a gostar tanto" nas entrelinhas. E que se eu estivesse realmente interessada não iria perder o meu precioso tempo a dizer-lhes que não quando queríamos os dois o mesmo. Faz sentido, certo?
Pois... Faria sentido, mas ao que parece NUNCA faz!
Alturas há em que sou mesmo mal educada e perco as estribeiras, deixando o respeito pelos sentimentos do moçoilo de parte, sendo fria e agressiva... Mas advinhem?!
Sentem-se profundamente atraídos pelo meu mau feitio!
AHHHHHHHHHHHHHHH!! - E isto já serei eu a gritar internamente a plenos pulmões.
A sério que não consigo compreender! Como é que é possível?!
Será que pensam que "água mole em pedra dura, tanto bate até que fura"? Nem sempre fura, amigos!
Tenho meninos que andam atrás de mim há anos. Inclusive já escrevi um
post sobre um deles
(Clicar para ver). Alguns deles são pessoas que estimo muitíssimo e com quem tenho sinceras amizades e custa-me vê-los de tempos a tempos (sim, porque eles entretanto começam a espaçar as suas fúteis tentativas de me conquistarem) a bater na mesma tecla.
Fico triste. Acho que eles não tinham necessidade de viver na esperança de algo que é muito pouco provável acontecer (não digo nunca, porque não vou escarrar para o ar. Nunca se sabe se nos pode vir a cair em cima) e que poderiam aproveitar melhor o tempo que eles dedicam a fantasiar comigo em coisas reais que os poderiam fazer mais felizes.
Tento ao máximo desmistificar-me e fazê-los ver os meus defeitos a ver se eles caem na real e desistem... Mas às tantas já percebi que tentativas fúteis e falhadas são as minhas com o objectivo de os demover.
Os homens gostam de ser mal tratados e gostam de viver na utopia do que poderia ser ao invés de viver com o que têm.
É certo e sabido que nas nossas mais loucas fantasias somos como gostaríamos de ser e que as coisas correm como deveriam correr... Mas há alturas na vida em que os castelos que construímos no ar têm necessariamente de ser destruídos para que possamos assentar os pés no chão e viver para e na realidade...
...Pode não ser tão bela e idílica, mas é palpável, é tangível e acima de tudo, concretizável.