Maldades, Maldades... Adoro Maldades!

Para apreciadores de "maldades" com nível, requinte e inteligência, que sabem saborear humor sátiro... Pautado por visões "dark side" do quotidiano.

sábado, 3 de janeiro de 2015

Uma Rectificação Ao Post Anterior

O ano 2014 foi mesmo LIXO, mas houve algo positivo (talvez a única coisa) que aconteceu e que me transformou a vida:

- Tenho um animal de estimação. Um persa LINDO, branquinho e de olhos dourados.

Apesar de aos 4 meses de idade lhe ter sido diagnosticada uma doença, que me levou em 3 meses praticamente 800€, de ter de fazer medicação diária para o resto da vida e de ter episódios mensais absolutamente desgastantes quer para ele quer para mim... Não imagino a minha vida sem ele.

É o meu menino, o companheiro que escolhi para a minha vida... É o meu filho felino e eu amo-o mais do que palavras possam descrever.

Porque Os Fantasmas Teimam em Ganhar Vida...

... E depois de tanto tempo sem escrever e logo naquele que é o meu primeiro post deste ano, tenho de falar de ti.

Esta noite sonhei contigo. Ao longo dos últimos anos muitas têm sido as noites em que sonho contigo. 

Não consigo ou não quero ou não sei libertar-me de ti. E apesar de achar que me é alheio o facto de me assombrares, a realidade é que continuo a permitir afectar-me tantos anos depois. 

ANOS!!! Anos sem nos vermos... Anos sem nos falarmos...

Este sonho foi diferente dos outros para eu aqui vir falar dele?! 

Sim, foi. Sonhei que tínhamos um filho. E se para quem aqui me lê e não me conhece, acha que foi um sonho aparentemente normal, eu explico-vos precisamente o porquê de não o ser.

Nunca quis ser mãe. Nunca duvidei que fosse uma boa mãe, afinal criei a minha LL (irmã mais nova) nos primeiros 5 cruciais anos da sua existência. Mas nem em criança quando brincava com os bonecos às famílias, os bebés nunca fizeram parte. 

A primeira e única vez que admiti e equacionei poder ter filhos foi contigo. Nunca to disse. Comentei uma vez com uma das minhas melhores amigas que, lembro-me perfeitamente, estava a alisar o cabelo com uma prancha, estando eu sentada na sanita da sua casa de banho a falar com ela sobre ti e tendo desabafo isso mesmo.

Ela parou com a prancha na mão de queixos literalmente caídos e olhando para para mim disse-me: "amiga isso é mesmo a sério. Nunca pensei que te sentisses dessa forma... Agora sim, estou preocupada contigo!". LOL (se é que alguém ainda diz "lol").

Mas disse-lhe na altura: "se repetires que disse isto, nego" e desatamos as duas a rir, sem saber mais que fazer ou dizer depois da minha bombástica revelação.

Quem me conhece sabe que continuo a não querer ser mãe. Ainda na semana passada o disse a uns amigos: "cada vez tenho mais a certeza de que não fui feita para ser mãe. Simplesmente não é para mim". É verdade que toda a gente diz que quando eu conhecer o homem certo, que eu vou querê-lo como pai dos meus filhos e eu nunca disse que nunca, mas ainda estou cá à espera para ver...

Mas no meu sonho, tínhamos um filho, um menino e eu não só estava feliz por isso, mas também por estar contigo e de seres tu o pai do meu filho. Acordei com a certeza de que enlouqueci de vez. Ou isso ou a medicação que estou a tomar (entrei no ano com uma brutal gripalhada misturada com uma faringite aguda e que me tirou a voz - para gáudio de muitos. Lol) está fora de prazo. Mas não está. Eu confirmei.

Como tantos outros sonhos que tenho contigo, este foi mais um que pus de lado, não dando sequer uma segunda "olhadela", mas eis que há momentos estava a ler um livro (e nem sequer um livro novo... Estou a relê-lo... E nem sequer nada a ver com NADA) e vieste-me ao pensamento tão nítida e vividamente como se te estive a ver à minha frente naquele preciso momento. Quando dei por mim, estava a chorar descontroladamente no meu velhinho "embalar" agarrada à cabeça a perguntar "PORQUÊ?!?".

Começo já a achar que vou morrer sem saber a resposta a essa pergunta.

- Por que é que continuo a ouvir a tua voz na minha cabeça?
- Por que é que vezes há em que me lembro do teu cheiro e do teu sabor, como se estivesses comigo naquele preciso momento?
- Por que é que me vens ao pensamento nas coisas mais corriqueiras do dia-a-dia?
- Por que é ainda sinto a tua falta... E acima de tudo, por que é que caio num pranto indescritível que me é tão doloroso que parece que me estão a arrancar mais um pedaço da minha alma... PORQUÊ???

Escrevi algures no tempo num e-mail que nunca te enviei que sinto que me marcaste. Que de alguma forma impossível e transcendental marcaste a minha pele, a minha alma, com a tua marca como se fosse tua... Como se te pertencesse. E agora tenho de viver na escravidão de um aprisionamento que muito provavelmente nem sabes que existe... E em que mundo é isso justo?!?

(E quem disse que o mundo é justo?!)

E vocês não me conhecem e muito provavelmente já ninguém me lê, tendo o meu blog ficado resumido a um diário que deixo em aberto e onde só volto para depoistar as palavras que não quero admitir a ninguém... Mas se alguém ainda me lê e desses, algum me conhece na vida real, sabe perfeitamente que a minha vida é tudo, MENOS um conto de fadas. 

É mais um GRANDE, EXTENSO e MASSACRANTE livro de terror (não, não é tudo mau, mas o "bom" tem tido muito pouco relevo). E eu ando há uma vida (literalmente) à espera de saber quando é que a história vira a meu favor... Mas não é fácil. Estou completamente desacreditada... Perdi a fé em muita coisa e acima de tudo, perdi a fé de que as coisas possam mudar para melhor (sim, porque para pior não duvido. É tudo o que me tem acontecido sistematicamente ao ponto de poder resumir o meu último ano numa palavra: LIXO. Hei-de estar com os pés para a cova e a lembrar-me do fatídico ano de 2014 e em como o quero esquecer para sempre, apesar de saber não ser possível. E se eu sempre fui de tirar elações e lições de vida das coisas más que nos acontecem, acreditem que retirar tais coisas do ano 2014, requer uma inteligência superior que ainda não alcancei).

Ora, o meu ano 2015 não começou bem. A primeira saída, os primeiros pagamentos foram para o hospital e farmácia (espero sinceramente que não seja um prelúdio do que me espera) e nestes primeiros dias do novo ano, tu vens-me OUTRA VEZ à mente.

A minha pergunta é: 

- Quanto mais tempo aguento eu viver com esta história inacabada?! É isso que desejo ferverosamente saber logo a seguir ao "porquê". 

... E pergunto-me se alguma vez será possível...

Feliz Ano 2015 para TODOS!!!