Amor: "Sentimento que induz a aproximar, a proteger ou a conservar a pessoa pela qual se sente afeição ou atracção. Grande afeição ou afinidade forte por outra pessoa."
Sexo: "Relação Sexual = Coito, cópula."
*Definições segundo o Dicionário Priberam da língua portuguesa.
Acho que estas definições por si só dizem tudo, mas talvez seja melhor eu explicar o que quero dizer.
O ser humano é dotado de uma capacidade inata (entre outras) que consiste em complicar o que é simples. Neste caso é muito fácil interpretar ambas as definições se não accionarmos o nosso "Interruptor da Complicação" ou o nosso "Complicómetro".
Que "Interruptor" é este?!
A quem lhe chame coração (figurativamente falando), sendo este o grande culpado pela demonstração dos nossos sentimentos. O espacinho onde habitam todos os nossos sentimentos mais nobres, as nossas fraquezas emocionais, a nossa necessidade de nos sentirmos amados, acarinhados, queridos. O orgão que se "parte" e "dilacera" com mágoas, dores, rancores, ressentimentos, etc. Acho que perceberam onde quero chegar.
Mas este "coração" nada mais é que a nossa capacidade de interpretar tudo e mais alguma coisa, espremedo e racionalizando situações e/ou sentimentos, na esperança de que ao compreendermos e ao conseguirmos atribuir-lhe um nome, seja mais fácil de lidar com.
E na minha opinião é o que acontece de forma sucessiva com o tão sobrevalorizado conceito "Amor". De tal forma, que a grande generalidade tende a associar o amor ao sexo, sendo o segundo (sexo) uma consequência natural do primeiro (amor).
Pois eu tenho a dizer o seguinte sobre este assunto: ERRADO!
Uma coisa é uma coisa e outra coisa, é outra coisa. Temos que chamar as coisas pelos nomes. E segundo vimos no inicio deste post, as definições de ambos não poderiam ser mais diferentes e estarem mais afastadas no seu significado.
Amar é acarinhar, proteger, preocupar, é aquele sentimento transcendente de querer fazer parte da vida daquela pessoa, atribuindo-lhe especial importância nas nossas vidas. Querer partilhar experiências e sentimentos. Querer partilhar afectos, querer partilhar uma vida.
Sexo é sexo. Ponto. Não requer afecto, nem estima, nem carinho, nem qualquer especial atributo. E muito menos requer sentimentos. Requer apenas atracção sexual, que é como quem diz, requer apenas que as nossas hormonas despoletem um estímulo que nos leve a sentir um impulso de cariz sexual e que, consequentemente, nos leve ao acto da cópula.
Em bom português: sexo é foda! E foder não é fazer amor. E quem não sabe isto, vai sempre a tempo de aprender.
Sentir vontade de ter sexo com alguém, não nos habilita automaticamente a amar essa pessoa. E ainda aquando de amar alguém, não nos impede de simplesmente ter sexo com o objecto da nossa afeição.
Porquê confundir as coisas?! Que necessidade há de complicar o que é descomplicado por natureza?!
Vamos pôr isto ao rubro, até porque este post está a ser escrito no seguimento do tão controverso post entitulado "Traição" (Clicar para ver).
Não fomos criados e não faz parte do nosso código genético sermos criaturas fiéis. Não somos monógamos por natureza. Este conceito de infidelidade, adultério, bigamia e outros tantos, são apenas parte do tal código castrador que tanto necessitamos para viver em sociedade (ver "Humanity Leash").
Seria meio caminho andando na compreensão das relações humanas se, de uma vez por todas, aceitássemos isto. Não quero com isto dizer que sejamos incapazes de manter relações fíéis, quero apenas dizer que o contrário é estatisticamente o mais provável.
Neste sentido, devíamos aceitar a atracção sexual como uma coisa mais natural e não susceptível de criar uma crise existêncial.
Esta atracção não quer dizer que, no caso de termos uma relação estável, iremos trair o nosso companheiro ou tão pouco quer dizer que por estarmos atraídos sexualmente por outra pessoa, deixámos de o amar.
Quer simplesmente dizer que somos criaturas vivas e sensíveis aos estímulos que nos rodeiam. Esta atracção não é um bilhete directo para a traição, mas querem ainda saber mais uma coisa?!
O grande problema na questão traição não está, regra geral, no acto de fazer sexo com outra pessoa, mas sim nas mentiras que o encobriram, revelando falta de respeito e falta de lealdade. Mais que a traição física, é a traição emocional que deixa marcas e magoa. É a desconfiança que daí resulta, é o desacreditar naquela pessoa. Essa é a parte pior. Perguntem a quem quiserem.
Assim, na minha opinião, se têm uma relação estável com alguém e se sentem atraídos por outra pessoa, exponham essa situação ao vosso companheiro(a). Temos de começar a ter mentes mais abertas em relação a estes assuntos e deixarmos de confundir conceitos e coisas que na realidade são bem mais práticas.
Contem-lhe o que sentem, arranjem formas de se reinventarem. Colmatem o que possa estar em falta ou não faltando nada, mudem a rotina e improvisem de forma a ultrapassar a questão da atração por outrem (isto no caso de se quererem manter fiéis). No caso de serem um casal com mente tão aberta ao ponto de concordarem envolver-se com outras pessoas, mantendo a vossa relação... Isto já é com cada um.
Agora, por favor, tenham isto em atenção: Amor não é sexo. É possível ter-se sexo com quem se ama e ter-se sexo sem se amar. Se quiserem entender este sexo sem amor, como uma necessidade de nos satisfazermos fisicamente, façam-no! Não é vergonha nenhuma e é necessário para o nosso equilíbrio físico e mental, mas não confundam as coisas.
E digo-vos mais, se são daqueles que dizem que com os vossos companheiros(as) só "fazem amor", experimentem fazer sexo. Aprendam a distinguir as coisas, até porque a relação fica mais harmoniosa e assim quando tiverem realmente vontade de fazer amor, eles/elas vão perceber a diferença.
O sexo é a par do respirar, comer, dormir uma necessidade vital e quem não o encarar assim, está com sérios problemas.
1 comentário:
Depois do tema Traição, eis que resolves deitar mais umas achas para a fogueira...
Para haver sexo, não é necessário que exista amor. Sexo é sexo como dizes. Está mais ligado ao nosso lado irracional, da procura da satisfação das nossas necessidades mais básicas. Ora se o sexo é bom porque razão não deveremos nós pratica-lo, com quem nos atrai e com quem nós, atraímos sexualmente?
Todos nós sentimos diariamente, julgo eu, este tipo de atracção. Eu sei que o sinto. E não é nada de que me envergonhe. Muito pelo contrário.
É bom fantasiar. E se ela também... E se agora acontecesse... É bom flirtar suavemente com quem, sexualmente nos estimula.
Claro que, a minha inibição natural, fruto de uma educação demasiado conservadora, me levam sempre a manter as coisas dentro dos limites do socialmente expectável e aceitável. Também, em verdade, nunca fui tentado, provocado ao ponto de ter de decidir algo a esse nível. O casamento é uma óptima forma de afastar as mulheres...
O grande problema do sexo é que como experiência forte que é, geralmente é gerador de sentimentos, expectativas, anseios, afectos.
O sexo apesar de ser bom no curto prazo, no longo prazo acaba por saber a pouco. E se se geram afectos, aí o sexo já não chega. É preciso algo mais.
Aqui o problema é se já existe uma relação ou pior ainda é se, dessa relação surge uma criança...
Problemas à parte, muito sinceramente, o sexo pelo sexo não me choca, se for meramente uma forma de satisfação de uma necessidade física, sem mais nada.
Agora será que no caso de existir uma relação, estaremos disponíveis para aceitar o mesmo tipo de comportamento aos nossos parceiros?
Como é MM? Dizes que quem tiver sexo contigo, merece um prémio nobel (da física penso eu, porque deve ser fisicamente impossível...)se ainda conseguir ir buscar algo mais fora.
Deixando isso de parte, como reagirias tu perante alguém que tendo uma relação contigo tivesse sexo e apenas sexo com outrém, ainda que dissesse que só te amava a ti?
Aceitavas? Permitias? Matavas o gajo?
Enviar um comentário