Maldades, Maldades... Adoro Maldades!

Para apreciadores de "maldades" com nível, requinte e inteligência, que sabem saborear humor sátiro... Pautado por visões "dark side" do quotidiano.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

"Politiquices"

O nosso Primeiro Ministro José Sócrates foi acusado pelos deputados da comissão de inquérito ao caso PT/TVI, como tendo memória selectiva aquando da resposta às 74 perguntas que lhe foram colocadas.

Acham inconcebível (e eu também) que ele se tenha recusado a responder directamente às perguntas, optando por responder por escrito (porque compreensivelmente é mais fácil mentir por escrito) e ainda o acusam de faltar com a verdade, lembrando-se dos factos como quer e lhe interessa e de querer impôr-se ao papel de quem vai analisar o inquérito, dando ele próprio conclusões do processo.

É de salientar ainda o pormenor de que ele não se limitou a responder às perguntas, tendo feito uma nota introdutória acusando os deputados de perseguição política, etc.

Acho que este Senhor tem um grave problema. Mas grave ao ponto de ser passível de diagnóstico. É impressionante a capacidade dele em acreditar nas suas próprias mentiras ao ponto de achar que não mente. Ele acredita ser uma vítima e defende de forma acérrima os seus pontos de vista sempre na perspectiva de razão absoluta sobre tudo e todos.

Tem-se dito que as escutas não irão ser do conhecimento público, mas como bem sabemos, irá com certeza haver uma fuga de informação que nos permitirá ficar a saber o conteúdo das mesmas. Os deputados, nomeadamente Pacheco Pereira, afirmam que o teor das escutas é gravíssimo e que provam que Sócrates faltou à verdade na resposta às perguntas do inquérito... Quero ver honestamente onde é que isto vai chegar!?

Se o Senhor Primeiro Ministro tivesse (mas não tem, é certo e sabido) vergonha na cara, demitia-se do cargo. O problema está que este Senhor tem uma doença GRAVE e do foro mental. Esta permanente negação ao enfrentar os alegados factos, devia ser reconhecido como o primeiro e mais importante sintoma do seu perturbado estado psicológico. Mas será que ninguém vê isso?!

Ontem em entrevista com Constança Sá e Cunha, Passos Coelho afirmou que Portugal não está em condições de lidar no presente com a dissolução do Governo. Mas sabem com que é que Portugal não está em condições de lidar?!

Com um Governo mentiroso, faltoso, sem escrúpulos e sem carácter. Considero ser urgente a tomada de decisões neste sentido. É necessário haver acção imediata para acabar com os constantes encobrimentos que nunca tendo sido suficientes, começam a ser de todo ridículos.

Ainda em relação à entevista com Pedro Passos Coelho, tenho a dizer que pela primeira vez gostei de ouvir um político falar. Expressa-se bem, mantém uma linha de racíocinio coerente, não foge às perguntas (apesar das constantes insinuações de Constança Sá Cunha de que o estava a fazer, mas a Senhora é paga para fazer o trabalho dela e isso faz parte), é claro, conciso e directo.

Apesar de ser o primeiro a admitir que as medidas aprovadas para aumento da receita e consequente corte na despesa não terem feito parte e terem mesmo sido contrárias ao que apelava no seu discurso político em época de campanha eleitoral, explicou (a meu entender de forma clara) o porquê deste acordo, os pontos específicos acordados e os objectivos pretendidos no final dos 6 meses - que deixou também claro serem os únicos acordados entre o PSD e o Governo, não se responsabilizando pela prorrogação que o mesmo possa vir a sofrer.

Muito se disse sobre ele ter ajudado o Governo a roubar (dito por outras palavras) ainda mais o país, mas e apesar de também ser uma das lesadas com estas medidas, penso que para quem percebeu o que foi dito ficou claro que se assim não fosse o país iria à banca rota.

É também claro para mim, que estas medidas estão a ter lugar por todo um percurso errante do PS no Governo, mas também temos cota parte (senão toda) de culpa nisto, uma vez que foi por votação da maioria que eles lá estão. Sim, poder-me-ão dizer que não existiam alternativas melhores na altura e que optaram pelo mal menor... Não vou discutir isso agora.

Enfim... Tinha muitas mais coisas a dizer, mas estou a dar por mim a escrever sobre política, uma coisa que nunca julguei ser possível e confesso que estou surpresa comigo mesma. Ainda não consegui foi discernir esta surpresa como positiva ou negativa... :s

2 comentários:

Mr.B disse...

"Se estamos mesmo destinados a seguir o caminho dos gregos, então comecemos por envenenar Sócrates."

Sweet Villain disse...

Acho muito bem que fales de política, e é a obrigação do cidadão informar-se sobre o que passa à nossa volta.

Concordo quando dizes que temos culpa por ter votado em quem está no poder (apesar de eu não o ter feito :P), mas temos também culpa de tudo o resto.

Obviamente que enquanto governantes do nosso país têm a responsabilidade de tudo o que acontece de bom e de mau, mas não deixo de pensar que não são mais que o reflexo dos seus cidadãos, excluindo como é óbvio as excepções.

Não chega querer envenenar os políticos que estão no poder, penso que todos nós temos que tomar um elixir para ultrapassarmos essa mania de muito portuguesa de "que todos nos devem e ninguém nos paga".

- Tal como os americanos temos a mania de querer viver para além das nossas possibilidades, e as dívidas aumentam a um nível assustador.

- Falta-nos o espírito empreendedor, que ao contrário do que se pensa, não é só para filhinhos de pais ricos ou para quem ganhou o euromilhões.

- Somos tacanhos! O que não promove a evolução positiva!

- Temos os políticos e grandes empresários que roubam, mas depois temos o dono do café da esquina que faz o mesmo.

- Justificamos esta atitude com um: "Se eles que deviam dar o exemplo fazem o mesmo! Tb vou tentar safar-me!"

- A abstenção nas eleições é um exemplo claro da falta de interesse dos cidadãos! Desculpam-se com "ah são todos iguais", e nem se preocupam a ler os programas eleitorais de todos os partidos! (o que pode ser um exercício bastante interessante).

Não sou pró-Sócrates, nem anti-PS (:P), mas não vale a pena culpar apenas uma só pessoa, quando todos nós temos culpa.

Quanto ao Dr. Passos Coelho: é um tipo do género Sócrates, bem parecido, com uma oratória que é feita para o próprio umbigo.


Enfim, é complicado dar credibilidade aos políticos da nossa praça. Mas a verdade é que são eles que tomam as decisões.