No percurso automóvel que faço todas as manhãs de casa para a via rápida que preciso apanhar para ir para o trabalho, encontro uma série de miúdos que estão a ir para a escola.
Enquanto o semáforo abre, não abre e estou no pára-arranca, tenho tido oportunidade de observar estes miúdos e vou aqui apontar alguns aspectos que me despertaram à atenção neste novo universo que são os adolescentes do século XXI.
Rapazes
Têm uns penteados algo bizarro. Uma espécie de cabelo comprido mas todo ele escortanhado e com uma acentuada inclinação para um dos lados da cabeça, conforme o gosto, assim à moda surfista. Duvido que algum deles se aguente em cima de uma prancha, mas o que interessa é o Style. Este género de look fez com que os miúdos ganhassem um trejeito estranho de pescoço, tal qual como se estivessem a ter um espasmo que os faz guinar abruptamente a cabeça para o lado da inclinação do cabelo, numa tentativa de afastar o cabelo dos olhos.
Tenho a certeza que mesmo quando mudarem de penteado irão manter aquele trejeito. O que na altura não tendo justificação para tal movimento, os fará parecer altamente estúpidos. Sendo que agora tendo a suposta justificação não ficam muito aquém.
Temos ainda o penteado afro. É aquele penteado à "Jackson Five" mas em rapazes caucasianos. Aproveitam os seus caracóis naturais e armam um "ninho de cucos" na cabeça todo ele devidamente podado de modo a parecer um abajour. No comments.
Segue-se o vestuário. As calças de ganga são uns números acima do correcto e usam-nas abaixo do rabo com os boxers à mostra. Isto provoca-lhes um andar, no mínimo, afectado. Andam de pernas abertas e meio arqueadas na tentativa de segurarem as calças e quando têm de acelerar o passo agarram o gancho com uma das mãos e lá vão eles dando a sensação de estarem a segurar as "jóias de família" não vão elas cair por terra.
Ainda no vestuário e por mais fora de moda que possa parecer, o estilo roqueiro voltou e é vê-los de preto integral, com estampagens alusivas a bandas de rock e frases agressivas nas t-shirts.
Temos depois os rapazitos que se vestem mais à betinhos, estes dispensando descrição e temos os estilosos. Aqueles que se vestem de forma dita normal, mas que de forma a dar um toque especial, inventaram uma nova maneira de andar. Meio cadênciada e em compasso binário, ou seja dão um passo mais pesado, mais robusto e outro mais leve quase saltitante, dando a sensação a quem passa de que estão a dançar ao ritmo de uma qualquer música que só eles ouvem. (Sim, porque observei este andar em meninos sem headphones). Temos aqui, uma vez mais, uma maneira de andar que foi adoptada pela raça branca, mas que não nos pertencia originalmente.
Raparigas
Como penteados usam cabelos bastante compridos e arranjados de forma rebelde, talvez a apelarem à irreverência. A tendência está a levá-las a usar os cabelos mais ao natural, o que acho ser uma coisa muito positiva. As franjas veêm-se muito, bem como acessórios para cabelo (ganchos, apliques, etc) e os cabelos têm na sua generalidade aspectos saudáveis.
Agora quando chegamos à roupa... Aqui vamos nós descambar. Não combinam cores adequadamente e misturam padrões. Bem sei que esse tipo de moda está a dar, mas há que fazer as misturas com bom senso. Usam ou roupas demasiado justas, revelando mais que o necessário ou roupas demasiado largas, fugindo ao boyfriend style e entrando mais na onda do hip-hop.
Umas há que são femininas e sabem usar bem essa feminilidade e postura e caminham com segurança e confiança e outras que se escondem atrás de aspectos demasiado conservadores não gozando a juventude que têm.
Acho que as raparigas têm, de um modo geral, aparências que apelam ao tipo de abordagem de "menina fácil" e isso não é nada positivo. Mas também temos de perceber que esta juventude de hoje em dia, está toda muito à frente em muitos aspectos e nem sempre nos mais apropriados.
Concluo e reforço a minha teoria de que ser pai hoje em dia é tarefa para lá de complicada e que educar é, cada vez mais, uma arte em vias de extinção.
3 comentários:
Ó Velhoota, isso que estás a sentir é o que se chama "generation gap"...
Não sou velhota! :(
Mas a realidade é que a minha posição de quase mãe perante a minha LL, me faz olhar para a juventude e preocupar-me. Muito!
É verdade que é o "generation gap", mas nem por isso deixa de ser assustador. Não tanto a forma como se vestem, ou andam, mas a forma como falam e pensam!
ISSO SIM É PREOCUPANTE!
Tenho muitos amigos na área do ensino, e eu própria trabalho com jovens, e é assustador no que vai na cabeça de muitos!
- 1º Alguns não têm nada;
- 2º Alguns até pensam, mas demais e da maneira errada! (e aqui falo do ponto de vista ideológico, sociológico e político).
Estes últimos sim:
PREOCUPAM-ME!
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