Pornografia. É sobre isso que vou escrever. Antes de mais, relembro que vou limitar-me a dar a minha opinião sobre o assunto.
Não pretendo ser ofensiva, descriminatória ou ferir os sentimentos/susceptibilidades dos caros leitores.
Devo ser uma das poucas (ou talvez não) mulheres a admitir que assisto de forma mais ou menos regular a conteúdos pornográficos.
Dizem que as mulheres são pouco susceptíveis a este tipo de coisas, pois excitam-se mais facilmente com o erótico do que com o chamado sexo explícíto. Eu acho ambos excitantes, dependendo só para qual dos dois estou virada. Assim sendo costumo ver vídeos/filmes que exibem várias abordagens ao tema.
O que me está a levar a escrever este post é o facto de eu achar que a mulher aparece sempre representada nesses filmes como o ser cuja função é única e exclusivamente a de satisfazer o parceiro.
E o que é que isso tem de mal perguntam vocês?!
Nada! Respondo eu. Errado é essa função estar só incluída no guião das mulheres. Errado é os filmes serem pensados por homens e feitos para homens e em pleno século XXI a mulher ser ainda considerada um objecto com a exclusiva finalidade de satisfazer as necessidades, caprichos e preversões masculinas. Errado é o Homem ter parado no tempo e continuar a mostrar o sexo como se continuássemos a viver na época dos homens das cavernas em que eles puxavam as mulheres pelos cabelos e lhes davam com a moca.
Atenção que não estou a dizer que estes comportamentos são errados, simplesmente acho que deviam ser abordados como sendo a mulher a desejá-los, assumindo o controlo ainda que possa estar a ter uma atitude submissa.
Em análise
- Fellacio (vulgo, broche, mamada)
Generalizando, 90% desta indústria cinematográfica começa assim. Agora a parte que me desagrada. Embora vejamos a menina a ir lá à braguilha do menino e sacar do instrumento, este gesto NUNCA é de sua iniciativa. E agora estão baralhados, certo? "Então, mas não acabaste de dizer que é ela que lá vai?!". Sim, é! Mas estiveram também atentos ao gestos que a lá levaram?! Aquela mão na nuca da menina a empurrá-la lá para baixo?!
Ah, pois é! Dão-lhe um beijito de mer** e toca lá mas é de mamar no cara***. Isto frustra-me. Logo eu que considero o beijo tão poderoso preliminar.
Mas a menina é bem mandada e lá vai ela. E depois há esta mania de acharem que a boca da mulher é uma vagina e toca de enterrá-lo até ao estômago que ela gosta. Mas o que é isto?! A sério! Parem de esgalhar o pessegueiro (leia-se, bater punheta) e olhem bem para aquilo.
Aquele olhar esgazeado com os olhos quase a saltar-lhe das órbitas não é prazer, é sufoco. E aquelas lagrimitas que lhe escorrem rosto abaixo não são lágrimas de emoção, são elas a tentar controlar o reflexo de vómito. Não se deixem enganar por aquelas escassas frases que estão no guião e que elas têm de dizer: "Oh yeah, big fucking cock...", "let me suck it all...". Elas são pagas para dizer aquilo, entendem?!
Experimentem enfiar qualquer coisa pelas vossas bocas adentro e mantê-la lá, nem vos dando oportunidade para respirar e vão ver se gostam.
O broche é um preliminar ou um desfecho do acto sexual em si. Não é coito, cópula. Porque é que insistem em 15, 20 longos minutos daquilo... Não entendo!?
E depois disto, bora lá mas é fod** à grande como se não houvesse amanhã. É que a menina gostou tanto desta parte que já tem a obrigação de estar mais que lubrificada para levar com ele. Não há atenção nenhuma às necessidades da mulher.
Ok, ok! Aquilo é pornografia e é suposto as coisas serem levadas ao mais básico que há no sexo, mas há muita gente (inexperiente) que pode ver aquilo e achar que é assim que se trata as mulheres. E apesar de haver mulheres que gostam de ser assim tratadas, mais uma vez digo que não há mal nenhum, deviam apresentar isso como sendo a vontade da mulher e não como a mulher sendo um mero objecto e um meio para alcançar um fim.
O sexo é vivido a dois (no mínimo) e hoje em dia tem obrigatoriamente que ser um acto recíproco. Não digo que o homem a seguir a levar um broche deva logo de seguida fazer um minete (falando bonito, cunilingus) à mulher (mas se for, tanto melhor).
Aquilo não é uma competição para copiar os gestos do outro a ver se fazemos melhor. O que tem de ser recíproco é o nível do prazer. Temos de retribuir na medida em que estamos a sentir.
Um bom parceiro sexual é aquele que se preocupa em dar prazer ao outro. Este prazer é um poderoso afrodisíaco. É meio caminho andado, para termos prazer nós também.
Não incluo nesta troca de paga na mesma moeda os miminhos. Ou seja, se a vossa menina está numa de vos fazer um miminho destes sem estar à espera de nada a seguir... Não quer dizer que ela não espere de todo a retribuição. Por isso de futuro, tomem vocês também a iniciativa só porque sim.
E importante: tem de se dar atenção a outras partes do corpo no sexo. As zonas erógenas não estão todas localizadas nos orgãos genitais. Deixem de ser tão auto-limitadores e explorem-se!
Enfim... Só vê filmes pornográficos quem quer, mas acho que seria simpático haver uma mudança na sua produção/realização.
Há uns tempos ouvi dizer que agora havia uma mulher realizadora desse tipo de filmes. Tenho de pesquisar e tentar ver alguma coisa a ver se as coisas numa perspectiva feminina, saem melhor.
5 comentários:
MM, a pornografia, é um enorme negócio.
Como tal está atenta ás necessidades dos seus clientes.
Como a grande maioria dos seus clientes são homens, é normal que tão distinta indústria se preocupe mais com o que os homens querem ver.
E verdade seja dita, a generalidade dos homens, não quer ver histórias muito complicadas. Aliás, acredito que a grande maioria, nunca viu um desses filmes completamente.
Esgalhou, desligou.
Tu como boa mulher que és, queres uma coisa um pouco mais romanceada, com beijinhos, preliminares e o camandro.
Esquece!!!
Tenta ver filmes dos anos 70 ou 80 e talvez encontres algo mais do teu gosto. Acho que nessa altura ainda tentaram fazer dos filmes pornográficos mais parecidos com filmes ditos "normais".
Senão sobram-te os filmes lésbicos. Aí, de certeza que se concentram noutros aspectos que não o falo masculino!
Mr. B
Mas qual romance?! Eu não falei em romance! Falei em a mulher ser tratada como igual e não como um objecto.
Quero ver o sexo com a mulher a mostrar prazer sincero e não aquelas cenas deprimentes em que se vê que é forçado.
Quero ver a mulher a pedir sexo e não a ter de levar com ele (nos dois sentidos) só porque é vontade do homem.
Ou quanto muito e já no exagero, mostrem a coisa ao contrário: o homem enquanto objecto da mulher. Ao menos, era diferente.
Não quero filmes, tipo longas metragens e nem tenho problema algum com falos (e nem os falos comigo). Simplesmente gostava de ver a mulher a ser tratada como merece: como um ser sexual que gosta de sexo onde as suas vontades e desejos são tidos em consideração.
Só isso!
É pedir muito?! ;)
Era o que faltava se a igualdade chegasse também aos filmes pornográficos.
Eu acho que nesses filmes a mulher é tratada exactamente como merece. Como um objecto!!!!
No fundo, esse é o sonho de todas as mulheres, apesar de o negarem...
Vê-se claramente o quanto prazer elas têm quando têm de "abocanhar" poderosos falos pela garganta abaixo, quase até ao estômago. No fundo é um favor que lhes estão a fazer pois acaba por ser uma espécie de lavagem ao estômago, feita à borla.
Mas o que eu gosto mesmo mais, é da parte das palmadas na "nalga". Enquanto são "empaladas" por todos os orifícios disponíveis, existe sempre um artista que se entretem a dar umas valentes palmadas.
Vê-se perfeitamente que o estão a adorar porque a nalga já tá vermelha e elas mesmo assim não param!!! Grandas malucas.
É verdadeiramente o sonho de qualquer mulher. Confessa lá...
Aliás acredito que a maior parte das mulheres que faz esses filmes o faz à borla, só pelo prazer!
Mr. B
Como te conheço, vou ignorar o que escreveste, até porque sei que não és machista a esse ponto e que estás simplesmente a provocar-me!
Sim, sim, já sei! Vocês homens têm um qualquer bizarro prazer em provocar-me, mas eu não te vou dar esse prazer. ;)
Admito que as mulheres possam gostar de ser ver no papel de objecto, mas com o devido consentimento.
Eu, pessoalmente, posso dizer-te que sou apologista de algum prazer sadomasoquista. Sem exageros e sempre na medida que EU o desejar.
Afinal, "um tapinha, não dói!" ;)
Eu a provocar-te????????????Nunca...
Até porque sei que tu MM não ligas a provocações...
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