Maldades, Maldades... Adoro Maldades!

Para apreciadores de "maldades" com nível, requinte e inteligência, que sabem saborear humor sátiro... Pautado por visões "dark side" do quotidiano.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Marionetas

Em conversa com a minha irmã e com alguns amigos meus, pude verificar que andamos todos dentro da mesma linha de raciocínio.

Partilhamos a mesma decepção pelas pessoas, pelas relações, os mesmos conflitos profissionais, o mesmo marasmo doméstico... E de tal forma que accionámos o modo automático. Aquele modo que nos permite, levantar todas as manhãs e encarar mais um dia com toda a sua rotina predefinida, sem termos de utilizar muita da nossa atenção. O modo que está já programado para uma série de possíveis situações, permitindo uma rápida e espontânea resposta. O modo que está prestes a ganhar autonomia própria dada a quantidade de vezes em que nos esquecemos de o desligar.

Isto assusta-me! Dá-me aquela sensação de que estou a ser "engolida" pelo sistema. Sendo que o sistema é toda aquela parte da nossa vida que suportamos porque precisamos e que traz agregada outra série de coisas: emprego, colegas, cinismo, borucracia, incompetência, estupidez e outros que não dependem no nosso crontrolo/intervenção directos.

Fico em crêr que nem dona de mim mesma sou. Que tenho de me sujeitar, aliás obrigar a compactuar e ser cúmplice deste sistema que está imposto, para que possa de alguma forma, levar uma vida aceitável e dentro dos parâmetros da dita normalidade.

"Ninguém é mais escravo do que aquele que se julga livre sem o ser", já dizia Johan Wolfgang Von Goethe. Cada vez me restam menos dúvidas quanto à veracidade destas palavras.

Às vezes tenho a estranha sensação de que somos meras marionetas cujos fios são puxados por uma qualquer mão invísvel que nos governa a seu bel prazer.
Só me resta descobrir para quem representamos. Quem é que está a assistir ao espectáculo?!

1 comentário:

Sweet Villain disse...

Não acredito que sejamos escravos, mas ser livre é um conceito que varia muito consoante a pessoa.

E essa sensação... é pura ilusão. Tu és um fantoche com vida própria e auto-(des)controlo.