O ser humano é uma criatura de hábitos. E a verdade é que por muito que critiquemos as nossas rotinas, necessitamos delas para dar alguma noção de controlo e possessão às nossas vidas.
É o sabermos o que esperar a cada dia, que faz com que nos levantemos de manhã e encaremos o dia-a-dia. Tendemos a dizer que o dia correu mal ou menos bem, quando alguma coisa foge dessa nossa estipulada e fingida "harmonia".
É quando surge o inesperado, a mudança que sentimos o nosso mundinho descambar...
Na realidade as nossas rotinas são-nos mais precisas do que julgamos ou fazemos ideia. Só quando somos colocados perante as alterações que possam surgir é que nos damos conta. Como aliás se costuma dizer, só damos valor ao que perdemos.
E é por causa das rotinas, que se tornam tão difíceis e dolorosas as mudanças. Sejam elas de que ordem forem. Uma mera mudança drástica ou radical na nossa maneira de pensar ou sentir, faz com que os dias, a vida ganhem novos contornos.
E apesar de as mudanças tenderem a ser vistas como coisas positivas, já alguém parou para analisar a quantidade de força de vontade, energia, motivação e objectividade que uma mudança requer de nós mesmos?!
É desgastante! E é por isso, que há tanta gente adversa à mudança. Será cobardia? Comodismo?
É um desafio! E quantos são os de nós que estão preparados para se desafiar?! Eu costumo dizer que vou contra tudo e todos, menos contra mim (e aliás, já aqui escrevi um post sobre isso). Mas também sou, acima de tudo, justa e racional (demais) e até eu e contra mim mesma, consigo compreender que, apesar de ser doloroso... Há coisas que precisam mudar.
Se me vai magoar? Vai pois!
Sou humana, tenho sentimentos (embora algumas pessoas tendam a esquecer isso) e sou tão ou mais afectada por perdas, quanto as outras pessoas.
Altura houve no tempo e no espaço que no lugar do coração, tive um abismo negro e opressivo... Mas regressei à humanidade a tempo de perceber que a vida é demasiado curta e que eu estou cá para vivê-la. E esconder-me atrás de mágoas e arrependimentos na esperança de me proteger, não é viver!
É preciso tropeçar, escorregar, cair e acima de tudo... Aprender a levantarmo-nos! Ir ao chão, todos sabem com mais ou menos estilo. Erguermo-nos é a verdadeira capacidade que devemos adquirir para enfrentarmos a vida e retirarmos o que de melhor há nela...
... Porque há... Simplemente, alguns de nós, ainda não aprenderam a vê-lo.
1 comentário:
Reiventarmo-nos é verdadeiramente "viver". Não mudar é vegetar ;)
Parabéns pelo post...
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