Por que é que teimas em povoar o meu inconsciente, perturbando os meus sonhos e impondo a tua presença em cada pensamento meu?!
Não achas que as lembranças são já dolorosas o suficiente?! Precisas de me atormentar, como se a culpa fosse minha, como se fosse eu que tivesse pedido isto?!
- Diz-me! Por quê?
Por que é que o meu inconsciente acusa a tua presença, o teu cheiro, como se deles precisasse para sobreviver?!
Por que é que me conseguiste tocar desta maneira...
Por que é que insisto em sentir a tua falta, como se alguma peça faltasse em mim...
Por que que é que me dói pensar que nunca mais voltarei a ter a oportunidade de te ter nos meus braços e sentir-te apertado junto a mim...
Por que é que vezes há em que almejo por um simples abraço teu que me aperte, conforte e assegure que és real...
- Por quê?
Eu tento ignorar, fingir que não percebo que estás presente mesmo na tua desesperante ausência.
Tento abstrair-me e retirar de cada pedaço de pele meu, a marca que cá deixaste...
Tento remover partes de ti que deixaste espalhadas por cada célula do meu ser...
Tento!
... Mas a impotência é tanta...
A necessidade é superior a qualquer racional desejo meu e é esta necessidade besta que tenho de ti e das coisas mais simples que te caracterizam, que faz com neste momento... Te odeie!
Mas não! Não te vou pedir para seres a minha bóia de salvação, embora a minha alma o grite até à rouquidão...
Vou deixar magoar, vou deixar que o sofrimento e a dor tomem conta de mim, vou deixar que as recordações me ocupem até à demência, vou atravessar o perigoso abismo da indiferença... Até conseguir aniquilar em mim tudo o que tenho de ti e te esquecer...
Hoje ODEIO-TE!
(Mas será que "amanhã" me podes abraçar?)
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