Quero adormecer para deixar de pensar em ti... Mas quando o sono chega e me cativa na sua leveza inconsciente, tu estás lá à minha espera...
Envolves-me com os teus braços e sinto o teu familiar cheiro invadir-me. Sinto a tua pele colar-se à minha e a forma como os nossos corpos se refugiam um no outro, reconhecendo o aconchego e o molde que é o encaixe perfeito da nossa união...
Ficamos assim apertados num só, num lugar onde as palavras não têm lugar... Suave e gentilmente começas a beijar-me, primeiro com ternura e delicadeza e depois com paixão e urgência...
As respirações alteram-se e os nossos peitos unidos batem em uníssono com o bater dos nossos corações...
As tuas mãos são fogo na minha pele e a tua boca trilha sinuosos caminhos de prazer...
E depois, não sei bem como, ou que tipo de demência me ocupa, dou por mim a tomar a consciência de que estou a sonhar... E ainda no sonho, agarro-te com mais força e cravo-me em ti e suplico-te para que não me largues e não me deixes ir... As lágrimas acompanham o meu penoso murmúrio de desespero e vejo-te desaparecer ao mesmo tempo que sou puxada do sonho para a realidade...
E a realidade é que quando acordo, tu não estás... Mas a memória da minha pele guarda ainda o teu toque e o teu cheiro de tal maneira, que a tua ausência me fere a alma, a própria essência...
E aí, abraço-me com a força do desespero, com a loucura a ocupar-me por completo, tentando embalar-me no calor das lágrimas, na inconfidência dos frios lençóis, calando os gritos de pura dor lancinante que golpeiam a minha alma e pergunto-me POR QUÊ?!
Simplesmente... POR QUÊ?!
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