Maldades, Maldades... Adoro Maldades!

Para apreciadores de "maldades" com nível, requinte e inteligência, que sabem saborear humor sátiro... Pautado por visões "dark side" do quotidiano.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Estados de Alma

Dores na alma...
Quem não as tem,
Quem nunca as teve?
Quem nunca amou!
Eu nunca amei!
Tu nunca amaste?
Isso é mentira!
Amaste mais,
Mais que a vida!

Mais que a vida?
Isso eu não sei...
Amaste sim!
Amei quem?

Todos aqueles que não amaram.
Todos os que te maltrataram.
Amaste tanto que te anulaste...
Tanto amor deste,
Que te cansaste!

Não é exagero?
Não, não é!
E como sabes?
Fui um dos que amaste!

E quem és tu?
Quem sou eu?
Sim! Quem és?
Eu, sou TU!

Tu és eu?
Não entendo!
Baralhas-me a alma
Com esse veneno!

Veneno?!
Como podes dizer tal coisa,
Se só a mim tens?
Há mais quem te ouça?

Não!
Ninguém me ouve.
Estou sozinha!
Dei tanto,
Que tudo perdi!
E dói-me a alma!

É amor!
Não, não é!
É ódio!
Ódio?
Isso é mentira!
É ódio, sim!
Porque amei,
Mais que a vida!

E no fim,
O que me restou?
Foste amada!
Não, nao fui!
Então que foste?

FUI ESQUECIDA!

5 comentários:

Mr. B disse...

Menina, tu és inesquecível.

O Amor é que dá cabo de ti. E logo tu que gostas de te mostrar tão imune a estas coisas.

"Amor é fogo que arde sem se ver

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?"

Luís de Camões

MM disse...

Mr. B

Mas disfarço bem, não disfarço?! :p

Beijos!

Anónimo disse...

Olá
Li no seu blog que gostava que as suas palavras pudessem ajudar quem as lesse.
Na realiade venho comentar fora de tempo...mas permita-me que lhe diga que ao ler este belíssimo (e triste)poema identifiquei-me com o que aqui foi dito.
Às vezes parece que só a nós acontecem as situações de abandono causadas pelas pessoas que mais amamos e que desejariamos ter presentes junto a nós ou pelo menos dessem algum sinal de que se lembravam de nós.
E a saudade cresce...cresce...cresce, quase proporcional à duração do silêncio do outro, que se foi.
E doi. Muito.
É dificil quebrar este circulo penso que ainda que o consigamos fazer persistirá sempre uma certa nostalgia.
Porque foi sério.E porque demos muito.
E porque em resposta tivemos a indiferença de um abandono.
Esquecidas? Sem dúvida.
Talvez a lição aqui seja saber que neste mundo não pode existir amor incondicional...
Acho que amamos demais.
Ana F.

MM disse...

Cara Ana F.

Sempre tive em crer que o amor é em simultâneo a maior e mais milagrosa cura e a pior e mais destrutiva doença.

Por que é que as situações mais dolorosas vêm de quem mais amamos?! Por essa mesma razão. Por que as amamos ao ponto de nos deixarmos envolver e afectar.

Tento criar defesas e munir-me de estratégias que me ajudem a prevenir a dor e as mágoas... Mas no fundo, são apenas embustes que crio para mim mesma.

O que fazer?!
Viver com o que nos é possível e ainda que com tristezas e perdas, seguir caminho na certeza de que aquilo que passámos nos ajuda a ser o que somos hoje.... Até chegar o dia em que poderemos dizer que somos completas!

É essa a minha (talvez fútil) esperança!

Beijinhos e obrigada pelo seu comentário.

Anónimo disse...

Olá
Obrigada pelas suas palavras.
A esperança de que fala não tem nada de fútil, ela é essencial!
Tenho pensado numa frase dita por um amigo acerca destes amores/decepções e que me fez sorrir: amar sim, mas preservar em nós a lucidez emocional que nos faria sobreviver, com sanidade mental, numa ilha deserta.

Por aqui a esperança de vir a ter esperança também é tida como imprescindível.
Que ambas possamos dizer algum dia que para a próxima será assim...

Tudo de bom.
Ana F.