Ontem ao ir para Sintra pelo famoso IC19, dei por mim com lágrimas a escorrer-me cara abaixo.
Não! Não foram as saudades das pessoas e situações que caracterizavam o meu ex-emprego que se localizava no Concelho de Sintra e muito menos as saudades que já aqui mencionei sentir de percorrer o IC19 diariamente que me levaram a chorar.
Foi um conjunto e acumular de sentimentos que tenho vindo a enclausurar dentro de mim já há mais de 15 dias.
É o estar a chegar a época do ano que mais e melhores recordações me traz, o Outono. Apesar de ser a estação do ano que mais gosto, é também aquela que mais nostalgia me provoca.
É eu sentir esta profunda perda e tristeza e ter-me apercebido que nesta semana que vai entrar, faz um ano em que as coisas entre mim e a pessoa de quem eu tanto escrevo neste blog, tiveram o seu apogeu. Apogeu no bom e no mau sentido. Na realidade aconteceu TUDO de TÃO BOM e TÃO MAU na mesma semana que até custa a acreditar.
E desde então, tem sido complicado e doloroso gerir o que quer que tenha ficado entre nós. A incapacidade que tem pautado as nossas pessoas de nos libertarmos um do outro... A necessidade besta que sentimos um do outro e que inevitavelmente nos atrai quase de forma hipnotizante... O elo mental que nos liga e os sentimentos que temos, que por muito que queiramos racionalizar e compreender, não se explicam... Sentem-se!
Sinto-me desgastada. Sinto a falta dele com todas as forças do meu ser ao ponto de dar por mim a chorar do nada, porque se abate uma dor demasiado acutilante e que não consigo suportar. Sonho com ele praticamente todas as noites e acordo lavada em lágrimas e a embalar-me como se uma criança com terrores nocturnos fosse.
E depois tento perceber o por quê? Até por que já tive relacionamentos intensos e difíceis de gerir e apesar de ter sofrido e passado por todo o mal e dores possíveis de se passar a nível afectivo, não me recordo de sentir algo remotamente semelhante ao que sinto nesta situação.
Se o que sinto é maior ou mais profundo do que o que senti nesses relacionamentos? Honestamente, acho que não. Então, por quê?
Eu não encontro explicação e acreditem que já abordei a questão de todos os ângulos possíveis e imaginários.
Terá de ser mais uma perda com a qual terei de aprender a viver?! Possivelmente. Mas pergunto-me até quando? Até quando serei capaz de viver com perdas, sem me perder eu mesma nesse Abismo que tenho dentro de mim e que por o conhecer e saber o que lá habita, me aterroriza no receio de lá voltar... De lá cair e ficar indefinidamente, até perder a noção de quem sou e das coisas que me fazem ser humana... De regressar um dia e nada ter de mim que me identifique e que faça de mim a pessoa que hoje sou!
Disso eu tenho medo. Contra isso luto! Quantas mais forças me restam para o evitar?! Quanta mais sanidade me sobra para me equilibrar na beira do Abismo, quando ele me atrai qual íman?!
Não sei! Sinto apenas que me sustento numa perigosa e instável teia que não sei por quanto mais tempo conseguirá aguentar-me...
1 comentário:
i´ll always be there for you my dear friend, to cry ou to smile and to help you to go on with your life:)
Abraço forte,
DM
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