Fazendo um ponto de situação depois de cinco dias a tomar medicação...
O comprimido que tomo à noite imediatamente antes de apagar a luz e virar-me para o outro lado, tem-me ajudado a dormir a noite toda de forma repousada, sem distúrbios de sono e principalmente, sem os constantes diálogos que mantinha com a minha própria pessoa em background.
Só esse factor, faz com que me sinta um pouco mais sã. Depois e em relação ao ansiolítico que tomo três vezes ao dia, mas apenas metades (estou com a dosagem mínima), sinto-me mais serena, mais paciente e tolerante. Já não tenho vontade de berrar com as pessoas (e sim! Berrar é o termo adequado), nem de lhes bater até ver sangue.
Se me sinto óptima e fantástica?! Longe disso. Sinto-me com muitas questões e assuntos que me perturbam a correr em modo automático paralelo ao meu sistema operativo funcional.
Sinto-me aprisionada dentro da minha própria mente que insiste em debater-se com os mesmos problemas sucessivamente como se de um looping se tratasse.
Este fim-de-semana fiz os possíveis por dormir o máximo de horas possíveis de modo a recuperar forças e energias a ver se saio desta inércia que me tem acompanhado nos últimos meses.
De qualquer dos modos, sinto-me satisfeita por ainda me sentir EU apesar da medicação. O meu maior receio era sentir-me anestesiada ou meio zombie, o que felizmente não está a acontecer.
Sinto que ainda tenho um longo percurso a fazer, mas continuando assim... Talvez o caminho se revele mais curto e menos sinuoso que o esperado.
2 comentários:
Olá requintes
Esse looping que sente e que estou em crer, lhe parece algo independente da sua vontade racional é o reflexo do habito que se foi instalando de pensar muitas vezes nas coisas que acabaram por lhe fazer mal.
Enfim tenho também a explicar-lhe que da minha parte não tenho nenhuma "agenda secreta" para lhe escrever aqui:-)...apesar de ser "anónima".
Aquele seu poema sensibilizou-me e fez com que me visse ao espelho tomando algumas decisões importantes.
Também atravessei há tempos algo semelhante.
Dizer que "dificil mas consegue-se sair dessa" pode parecer uma frase cruel, nas fases de maior desalento.
Mas não é, pois é mesmo assim. E é verdade.
Beijinho
Ana F.
Cara Ana F.
Ainda que sendo uma "anónima", não posso deixar de lhe agradecer as suas palavras e dizer-lhe que, saber que pessoas que não me conhecem e que eu não conheço (como a Ana), mas que ainda assim retiram um bocadinho do seu tempo e das suas vidas para me lerem e ainda comentarem... É algo que me dá uma plena sensação de regozijo. Sinto que não estou tão "sozinha" no Mundo como às vezes me sinto.
Fico feliz que aquele meu poema, que motivou o seu primeiro comentário, lhe possa ter servido como um despoletar de decisões importantes na sua vida. Fico feliz que alguém possa tomar proveito das minhas palavras, ainda que elas aqui sejam escritas enquanto desabafo.
Fico feliz por alguém retirar de mim, das minhas palavras e dos meus desabafos, quanto muito, um exemplo daquilo que não devem ser.
Sou pela felicidade... E ainda que raramente a sinta, continuo a lutar por alcançá-la!
Um beijinho Grande, Ana!
Obrigada por tudo!
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