Há uns dias atrás estou eu a abrir a porta da minha casa, quando me apercebo que os meus vizinhos do lado estavam a discutir.
Pensei: "havia de chegar o dia". Até por que eles moram lá desde Dezembro e eu ainda não tinha ouvido nenhuma discussão. É claro que isso não quer necessariamente dizer que aquela tenha sido a primeira discussão deles, já que eu passo mais tempo fora de casa do que nela.
Bem, eu que não sou nada dada à coscuvilhice dei por mim a ter de ouvir a discussão deles já que eles - corrijo, ela - estava aos gritos.
E é precisamente esse pormenor que me leva a escrever sobre isso.
Sempre achei curiosa a forma como o género sexual interfere, neste caso (há muitos outros), nas discussões entre o casal.
A mulher, mais sensível e temperamental por natureza expõe o que a incomoda e faz sentir mal de forma acalorada e exaltada. O homem, que grande parte das vezes nem percebe de onde veio tal introspecção e muito menos tal altercação, fica quase que "impotente" e ao não querer dar o braço a torcer, numa de "nem sei do que estás a falar", até por que podia ser (seria, o mais certamente) acusado de demonstrar desinteresse, fica a ouvir com ar de parvo.
A mulher que não sente compreensão por parte do companheiro, agarra nessa atitude dele e transforma-a em mais um tema a acrescentar à discussão.
O homem faz um comentário na tentativa de acalmar os ânimos e a mulher já com esta "bagagem" toda atrás, interpreta mal levando o discurso à maneira dela. E pronto! Está montado o circo.
E é por isso que só a mulher grita. Só a mulher se ouve. Digam-me lá quantas vezes grita o vosso macho convosco quando vocês discutem?! Acontece, sim! Mas temos de admitir que é raro.
E atenção que eu não estou a falar de mim, até por que como já terão percebido ando com uma extrema carência no que ao macho diz respeito. E tivesse eu o macho e a última coisa que me iria lembrar de fazer, seria discutir.
E já agora a título de curiosidade, eu não gosto de gritar. Resolvo sempre (regra geral, com as devidas excepções) as situações com base no diálogo educado e respeitoso. E quando me fazem chegar ao ponto em que tenho de o fazer... Bem, continuando...
A mulher depois de montado o circo, sendo que ela acrescentou mais umas exibições ao espectáculo inicial, dá por ela a gritar por TUDO e por nada, já só por que sim. Acreditem que às tantas já nem ela sabe o que originou a discussão. Ou melhor, ela sabe (claro que sim), mas encontrou 1001 coisas no entretanto que despoletaram outras 3583 que estavam por dizer.
Onde fica o homem no meio disto tudo? Fica no mesmo "sítio" em que ficou o meu vizinho, que na única vez em que o ouvi (em tom de voz mais alto para se fazer ouvir, mas não aos gritos) se limitou a dizer: "mas e eu disse isso?!".
Depois desta saída dele, desatei-me a rir. Ela esteve ali aquele tempo todo a debater algo que nem sequer foi dito, mas que ela de alguma forma leu nas entrelinhas (e se as mulheres são boas nisto). Acho que ela a seguir amuou, porque deixei de ouvi-la.
Mas fiquei a pensar nisto.
É um facto que nós mulheres somos mesmo muito boas a ler atitudes, comportamentos, expressões faciais e tudo o que ficou por dizer nas entrelinhas. Mas acredito que numa situação de discussão, não consigamos ser imparciais e racionais. E aí começamos a ver coisas que não existem e literalmente a alimentar a fogueira atirando-lhe achas.
Não estou com esta conversa a desculpar os homens, mas a verdade é que a propensão à discussão vem da mulher (não generalizando, porque sei que há situações em que não é nada assim) e será justo aproveitarmos toda a nossa vasta inteligência emocional contra quem a não domina e se vê "aprisionado" na nossa tão bem composta "teia", "armadilha"?
Don't think so, but just my opinion.
2 comentários:
A mulher é um ser realmente complicado!!!
Opah tive que me rir com este texto.
É de facto assim como o descreves... As mulheres e os gritos é por demais.
Eu detesto gritos mas sei que nós mulheres quando a mostarda nos chega bem ao nariz temos essa tendência, mas há situações e situações.
Beijinhos
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