Maldades, Maldades... Adoro Maldades!

Para apreciadores de "maldades" com nível, requinte e inteligência, que sabem saborear humor sátiro... Pautado por visões "dark side" do quotidiano.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Alma Obscura?!

Como vocês sabem eu leio estupidamente. Leio e leio e parece que nunca estou saciada. Acho que sofro de gula ou de uma qualquer espécie de compulsão quase bulímica em relação à leitura.

Sabem também que adoro livros que falam de criaturas da noite, predadores das sombras, demónios, etc.

Ainda que nesses livros haja frequentemente o tema da luta entre o bem e o mal, dou sempre por mim (praticamente em exclusividade) a pender para o lado das trevas. E nem preciso de fazer esforço ou calar a consciência em como o lado da luz é que é o bom e/ou o correcto. Sempre achei o lado obscuro das coisas, bastante mais atraente e sedutor.

E parei para pensar o que é que isto quer dizer de mim. E não, as coisas não têm sempre de querer dizer alguma coisa ou estarem constantemente sujeitas ao escrutínio. Mas eu sou uma pessoa que gosta de explorar as coisas que me caracterizam. Gosto de racionalizar as minhas escolhas.

E o por quê de eu sempre escolher o lado mau e obscuro, ainda que só na literatura, diz-me que tem algo de importante a dizer sobre mim. O quê exactamente, não sei! Mas acredito que haja algo por detrás desta propensão às forças ocultas.

Sempre, mas desde SEMPRE e já o aqui o disse, tive a sensação de que não pertenço. Onde? Ao mundo? Isso seria ridículo, já que não existe outro além deste (que tenhamos conhecimento). Não pertenço ao quê? À raça? Que eu saiba também não existem seres de outros planetas ou de outra realidade.

Então de onde vem este sentimento de não pertença? Não sei! Sei apenas que me habita quase ao ponto de não restar mais nada. Mantenho-a quieta e calada, como se estivesse à espera de algum tipo de realização que finalmente me fizesse compreender. Mas esse qualquer coisa não chega, claro! Como poderia chegar?!
Só pensá-lo é ridículo. Expressá-lo como o estou a fazer aqui, é infantil. Mas eu não estou presa às amarras da aceitação e por isso estou livre para pensar e escrever o que me apetece.

Dou por mim a desejar, tal como tantas vezes acontece nos livros que leio, que chegue o dia em que me será revelada a verdade por detrás desta minha sensação. Que me esteja reservado qualquer tipo de desígnio que, ainda que errado e/ou obscuro, me pertença. Me assente. Onde me sinta eu. Onde não existam máscaras. Onde me identifique.

Sei também que, para os que me estão a ler, tudo isto soa a descabido e a insano. E eu só posso desejar que nunca tenham de sentir o que sinto e que fica muito aquém do que para aqui vou escrevendo. Mas tão aquém, que eu mesma não consigo descrever e explicar por falta de palavras... 

... Palavras ainda não foram inventadas para definir o que sinto. Ainda não foram alcançados os estados mentais, a inteligência e a percepção para chegar ao que eu quero dizer... E atenção, não estou a dizer que sou superior ao que quer que seja. Digo apenas que para aceitar a realização das coisas que se passam dentro de mim, será necessário alcançar um estágio que eu mesma, principal interessada, nunca alcançarei.

E será por isso que sempre assim viverei... Na esperança de me enquadrar em alguma coisa, me identificar em alguém, lendo livros onde espero conseguir encontrar respostas que não as têm e ensandecendo cada vez mais, até que terei de me aceitar como comum e normal.

E haverá mal nisso? De todo! Desde que tão somente fosse a verdade...

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