Maldades, Maldades... Adoro Maldades!

Para apreciadores de "maldades" com nível, requinte e inteligência, que sabem saborear humor sátiro... Pautado por visões "dark side" do quotidiano.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Saudade, Amor...

Estão a ver aquela mosca cuja picada dá sono? A mosca tsé-tsé? - Pois, se calhar não estão a ver e ainda bem, mas imaginem, sff.

Pois! Algo semelhante me está a atacar de há uma/duas semanas para cá, mas que em vez de me provocar sono, está a provocar-me uma saudade imensa e sem fim.

Há duas semanas atrás tive uma discussão com o meu doce (para os que não me acompanham, é "só" um dos meus melhores amigos e uma das pessoas mais importantes na minha vida. Somos amigos há 16 anos. Vivemos uma fase mais "colorida" durante 5 anos e eu não consigo simplesmente abdicar dele). 

Eu, que já aqui me tinha queixado da minha falta de capacidade de verter uma lagrimita que fosse, chorei e chorei como já nem eu me lembrava saber fazer. Aliás, houve um período da minha vida em que chorei tanto que pensei ter esgotado todas as futuras lágrimas. Mas não! Senti-me magoada no meu âmago, na minha alma e pensei: "se uma pessoa que me conhece há uma vida me consegue fazer isto, como posso eu esperar que qualquer outra pessoa acabada de conhecer me faça diferente?" - E sim, sei! Pus-me a generalizar e a dramatizar, mas foi para o que me deu. Acreditem que podia ter sido pior.

Bem... Resolvidas as coisas entre nós, já que não conseguimos estar chateados durante muito tempo, porque magoa-nos demais, começou a dar-me esta saudade.

Todos os dias, desde então, sou assolada por memórias já perdidas no tempo, de tempos que eu sinto falta. E daí ontem o meu post sobre o R. Mas não é só com o R. É com tudo! 

Todas as noites adormeço ao sabor das minhas lágrimas, todos os dias acordo ao ritmo do meu lamento e apesar de eu ter a perfeita noção de que isto não pode continuar assim, não encontro em mim as forças e nem tão pouco o estado de espírito para sair daqui.

Sinto-me tão, mas TÃO sozinha! Sinto-me tão sem propósito, tão sem objectivos que simplesmente não percebo o que ando aqui a fazer.

Costumo dizer que só ainda cá ando, porque gosto de mim. Mas até quando este gostar de mim me vai chegar eu não sei dizer. 

"Se eu não gostar de mim, quem gostará?" - Eu tenho muita gente a gostar de mim, a amar-me até. Mas aquele amor que eu sinto precisar, eu não o tenho. E não o tenho, porque se calhar ele não existe dentro de mim... Não sei! Estou sozinha há tantos anos, que dou por mim a pensar que se calhar o problema está em mim.

Dizem que a pessoa que somos e a personalidade que temos, é construída e completada (já que acredito que 50% dela seja inata e que nasce connosco) por uma série de factores externos, como a nossa criação, os nossos pais, etc.

Se o amor que recebemos dos nossos pais sempre foi mal direccionado e muito incorrectamente manifestado... Será que posso afirmar que a culpa do que sou hoje resulta dessa disfunção? Não posso! Não é justo e nem seria correcto. Sempre esteve nas minhas mãos fazer diferente daquilo em que fui criada. Não sei. Honestamente, não sei!

Sei que raros foram os momentos em que me senti incondicionalmente amada e que precisava disso. Mas se esse amor incondicional só existe mesmo a nível parental... Que fazer? Se sempre senti que tinha de lutar por ser amada por eles, como se não fosse um amor que estive simplesmente ali para mim, mas um amor que eu tinha de trabalhar e esforçar por receber?

Enfim... Já perceberam que estou a passar por uma fase muito complicada.

"It's all comming back to me now"... Como se eu já não tivesse o suficiente que me preocupasse.

Há-de passar. Mas isto passo eu a vida a dizer e ainda que na verdade passe... Acaba por voltar. Volta sempre e acredito que volte sempre, porque nunca é resolvido.

Happy Valentine's Day!

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