Maldades, Maldades... Adoro Maldades!

Para apreciadores de "maldades" com nível, requinte e inteligência, que sabem saborear humor sátiro... Pautado por visões "dark side" do quotidiano.

terça-feira, 22 de março de 2011

O Último Adeus

Não vou publicar aqui os acontecimentos que antecederam a morte da minha avó. É algo que não quero deixar aqui marcado para a posteridade.

Estes dois dias foram dos mais longos da minha vida. Tudo parecia decorrer em câmara lenta e dei por mim inúmeras vezes a pensar que cedo iria acordar e perceber que tudo não passou de um pesadelo.

Mas aconteceu! O choque da realidade é difícil de digerir.

Mais que minha avó, era uma das minhas melhores amigas, confidente, mãe e a pessoa com quem eu partilhei uma casa nos últimos quatro anos.

Agora a casa parece-me vazia. E sim! Ela esteve internada nos últimos três meses. E sim, quando teve alta foi para casa dos meus tios... Mas eu tinha sempre a certeza de que ela iria voltar para casa e que juntas iríamos poder sentar-nos à mesa para as refeições, rirmos e brincarmos como era habitual.

A perda é difícil de explicar. É difícil de compreender. Uma mulher cheia de vida que dizia constantemente que "a velha da casa era eu", com tantos planos para viajar e conhecer gente nova, tão cheia de energia que chegava a ser irritante...

Pensar que já não a volto a ver é terrível para mim. A ideia de ela estar debaixo de terra e dentro de um caixão é surreal.

Apesar de tudo, espero que ela esteja em paz e feliz por termos cumprido as vontades dela.

Não morreu num hospital, que era o que mais temia. Teve a chamada "morte santa". Foi velada na igreja que queria e enterrada no cemitério que queria e onde fez questão que o meu avó fosse enterrado há dois anos e dois meses atrás.

Dois anos depois, avó! Como é que é possível? Será que a tua vontade de ires para ao pé do avô era superior ao amor que as tuas filhas, netos e família tinham (têm) por ti?

Partiste e não há palavras. Sempre foste uma crente e espero, muito honestamente, que te estivessem reservadas todas as bençãos que crias existirem após a morte.

Espero que agora descanses em paz e junto dos que amas e que também já nos tinham deixado. Espero que possas zelar por nós até ao dia em que, talvez, nos voltemos a reunir.

Amo-te MUITO e fico feliz por ter-to dito muitas vezes em vida. Por te ter abraçado e acarinhado enquanto cá estavas. Espero que tenhas sentido todo o amor que te temos e que saibas que te vamos guardar no coração.

Vou fazer os possíveis para te guardar em memória nos nossos momentos felizes. Nas vezes que partilhámos sinceras gargalhadas, nos disparates que falávamos e até das vezes em que te "dava nas orelhas" por seres hiperactiva.

E é por isso mesmo que custa tanto e dói ainda mais. Como é que em três meses definhaste desta maneira... Como é que possível que com tanta lucidez te tenhas perdido, desistido e deixado de lutar... Como é que é possível que nos tenhas privado da tua existência quando ainda tinhas tantos anos para viver...

Amo-te MUITO, avó! Agora e sempre!

E como costumavas dizer: "Que Deus te guarde no céu, como nós te guardamos no coração!"

4 comentários:

Ana disse...

Beijo grande para ti! Nestas alturas pouco mais há a dizer...

MM disse...

Obrigada, Ana!

Beijinhos Grandes!

Anónimo disse...

minha querida amiga.... até chorei com a declaracao de amor que fizeste a tua querida avó que tive a honra de conhecer... acredita que ela sabe o quanto tu a amavas e amas. as avós sabem... e estou certa que ela continua "cá" para ti... no teu coracao e nas tuas memorias.
tou cá para o que for preciso.
forca amiga
bjs grande
hdl
mig

MM disse...

MiG,

Obrigada, meu amor!

Obrigada por teres estado presente neste momento difícil e por todo o apoio que me tens dado.

HDL!

Beijos Gigantes!