Por cada dois passos que sinto conseguir dar em frente, recuo três! :(
E ontem foi dia de mais um recuo.
Depois de um dia bem passado, onde almocei com a minha querida amiga Dri e onde pude matar algumas saudades dos meus queridíssimos ex-colegas, uma vez que dei um saltinho ao meu ex-emprego e andei a distribuir beijinhos... E onde, apesar da dor de cabeça atroz que me acompanhava desde 4ªf, estava bem disposta, tive um final de dia HORRÍVEL!
Tive com os meus avós paternos e tios maternos ao final do dia... E inevitavelmente perguntaram-me quantos mais dias tinha eu de baixa médica e o que pretendia fazer eu em relação a esse assunto (trabalho)...
Sim! Eu sei que é uma questão que tem de ser pensada e considerada, mas só pensar que tenho de voltar à "vida normal" é algo que me provoca imediatamente uma crise de ansiedade. Então e, apesar de eu saber que a preocupação deles é somente por que me amam e querem o meu bem, não estando a gostar da conversa e estando já equipada de fato de treino e ténis, disse-lhes que pensava nisso depois e fui para o ginásio para mais uma aulinha de Krav Maga.
Cheguei ao ginásio, o recepcionista deu-me a chave do cacifo, subi as escadas para os balneários e chegada ao cimo das escadas, deu-me uma coisinha má.
O meu cérebro sofreu uma espécie de avalanche e abateram-se sobre mim uma série de imagens e pensamentos com tamanha força brutal que me atiraram contra os confins da minha depressão.
A dor de cabeça que tinha, atingiu o seu expoente máximo e pensei que fosse literalmente explodir. Olhei à minha volta e, de repente, tudo pareceu-me estar a desenrolar-se em câmara lenta.
Os movimentos das pessoas a correrem nas passadeiras, a fazer remo, a fazer musculação... Reflectidos nos espelhos e eu ali parada no meio daquele cenário que se afigurou irreal na minha cabeça. Senti-me péssima!
Tive vontade de gritar, espernear, chorar compulsivamente... Senti-me completamente perdida, à deriva, descontrolada! E nos segundos que esta minha pausa teve e que para mim pareceu-me uma eternidade, percebi que tinha de fugir rapidamente dali.
Desci as escadas a correr, devolvi a chave ao recepcionista e saí disparada. Ainda consegui discernir preocupação na cara do rapaz quando lhe entreguei a chave, mas fui tão rápida que ele nem teve tempo de formular uma frase.
Saí, enfiei-me dentro do carro e dei por mim a fazer o percurso mais longo de volta a casa. Nesse momento, as lágrimas começaram a brotar dos meus olhos como navalhas cortantes, que me provocavam golpes profundos e cuja salinidade me ardia nas feridas da minha alma.
Mais um ataque de ansiedade: suor a escorrer, tremores horríveis, dificuldade em respirar, coração a disparar... Parei o carro. Tentei racionalizar o que estava a acontecer de modo a controlar-me. Não consegui. O que só me provocou um ataque de pânico!
E a pergunta que me assola constantemente e me martela o "juízo" até à loucura desde então é: o que é que eu faço com a minha vida?!
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