Maldades, Maldades... Adoro Maldades!

Para apreciadores de "maldades" com nível, requinte e inteligência, que sabem saborear humor sátiro... Pautado por visões "dark side" do quotidiano.

sábado, 13 de novembro de 2010

Retrocesso

Por cada dois passos que sinto conseguir dar em frente, recuo três! :(

E ontem foi dia de mais um recuo.

Depois de um dia bem passado, onde almocei com a minha querida amiga Dri e onde pude matar algumas saudades dos meus queridíssimos ex-colegas, uma vez que dei um saltinho ao meu ex-emprego e andei a distribuir beijinhos... E onde, apesar da dor de cabeça atroz que me acompanhava desde 4ªf, estava bem disposta, tive um final de dia HORRÍVEL!

Tive com os meus avós paternos e tios maternos ao final do dia... E inevitavelmente perguntaram-me quantos mais dias tinha eu de baixa médica e o que pretendia fazer eu em relação a esse assunto (trabalho)...

Sim! Eu sei que é uma questão que tem de ser pensada e considerada, mas só pensar que tenho de voltar à "vida normal" é algo que me provoca imediatamente uma crise de ansiedade. Então e, apesar de eu saber que a preocupação deles é somente por que me amam e querem o meu bem, não estando a gostar da conversa e estando já equipada de fato de treino e ténis, disse-lhes que pensava nisso depois e fui para o ginásio para mais uma aulinha de Krav Maga.

Cheguei ao ginásio, o recepcionista deu-me a chave do cacifo, subi as escadas para os balneários e chegada ao cimo das escadas, deu-me uma coisinha má.

O meu cérebro sofreu uma espécie de avalanche e abateram-se sobre mim uma série de imagens e pensamentos com tamanha força brutal que me atiraram contra os confins da minha depressão.

A dor de cabeça que tinha, atingiu o seu expoente máximo e pensei que fosse literalmente explodir. Olhei à minha volta e, de repente, tudo pareceu-me estar a desenrolar-se em câmara lenta.

Os movimentos das pessoas a correrem nas passadeiras, a fazer remo, a fazer musculação... Reflectidos nos espelhos e eu ali parada no meio daquele cenário que se afigurou irreal na minha cabeça. Senti-me péssima!

Tive vontade de gritar, espernear, chorar compulsivamente... Senti-me completamente perdida, à deriva, descontrolada! E nos segundos que esta minha pausa teve e que para mim pareceu-me uma eternidade, percebi que tinha de fugir rapidamente dali.

Desci as escadas a correr, devolvi a chave ao recepcionista e saí disparada. Ainda consegui discernir preocupação na cara do rapaz quando lhe entreguei a chave, mas fui tão rápida que ele nem teve tempo de formular uma frase.

Saí, enfiei-me dentro do carro e dei por mim a fazer o percurso mais longo de volta a casa. Nesse momento, as lágrimas começaram a brotar dos meus olhos como navalhas cortantes, que me provocavam golpes profundos e cuja salinidade me ardia nas feridas da minha alma.

Mais um ataque de ansiedade: suor a escorrer, tremores horríveis, dificuldade em respirar, coração a disparar... Parei o carro. Tentei racionalizar o que estava a acontecer de modo a controlar-me. Não consegui. O que só me provocou um ataque de pânico!

E a pergunta que me assola constantemente e me martela o "juízo" até à loucura desde então é: o que é que eu faço com a minha vida?!

Sem comentários: