É incrível que em pleno século XXI me enviem um contrato, de uma das entidades gestoras de resíduos credenciadas neste país, para preencher à mão. A sério! Leram bem!
Fiz a pré-adesão no site e preenchi os mesmíssimos formulários online, mas enviaram-me novos pelo correio com papel timbrado e ao invés de virem já com a informação da "nossa" empresa (leia-se, onde trabalho) impressa, não! Fazem uma menção especial onde se lê "preencher manualmente".
Acham isto normal?! Eu acho, no mínimo, ridículo!
Eu tenho uma letra horrível. Terrífica mesmo! Imaginem ter de preencher uma série de dados a respeito da empresa à mão?! Não cabe na cabeça de ninguém. E todos os outros contratos com as outras entidades, vinham já impressos e só necessitaram de ser rubricados e carimbados na última folha.
Enfim... O esforço que tenho de fazer para ter uma letra minimamente legível é surreal, mas também já não estou para me chatear. Se perceberam, perceberam, se não... Temos pena!
O meu patrão tem uma letra bem fixe. Perguntei-lhe se queria preencher ele... Acham mesmo?! Para isso estou lá eu, a pessoa que trata da gestão da empresa. Seja gestão ambiental, financeira, gestão das importações, gestão dos stocks ou whatever... O que houver para fazer, eu estou lá. Ele só existe para assinar papéis (e, e...).
Mas voltando à minha terrífica caligrafia... Nunca a tive bonitinha e redondinha como as outras meninas da escola. NUNCA! Nem sequer na primária.
Ao longo dos anos de escolaridade a coisa foi piorando. O ter de fazer apontamentos, escrever mais rápido para acompanhar o que era debitado pelos professores, fazer testes gigantes num curto espaço de tempo, etc.
E depois eu SEMPRE escrevi que nem uma louca. Vocês já tinham reparado, certo?! Tudo para mim, é tema para dissertação de página e meia. Agora imaginem os testes de filosofia (no 11º e 12º anos) e os de psicologia e gestão (entre outros, na faculdade)?!
Exacto! Testes com 3/4 perguntas para desenvolver o tema e eu literalmente proíbida de ultrapassar as quatro páginas de folhas teste que compravamos antes.
Cheguei ao absurdo de encolher a letrinha toda, sendo que linda como é e minúscula como ficava... MEDO para quem os corrigia. Cheguei a escrever à volta das folhas, fora dos limites da mesma e a ter de enumerar as frases para dar sequência ao meu raciocínio. LOL! Velhos tempos! Saudades!
Há uns dias o meu pai disse-me que tenho de ir à arrecadação da casa dele, buscar os meus caixotes.
Organizadinha como sou, estão devidamente compactados, acondicionados, selados e discriminados.
Quando lá for remexer nos meus tesourinhos, hei-de transcrever-vos algumas respostas aos meus testes só para vocês verem bem o nível. E só para que saibam (e para me gabar) tirei muitas notas 20. A sério! MESMO!
Cheguei ao ponto ridículo de os professores entregarem todos os testes aos meus colegas, menos a mim. Por quê? Por que depois do professor da disciplina corrigi-lo, passava-os aos colegas na esperança de me apanharem um qualquer erro ortográfico ou gramático, só para não ser obrigado a dar-me nota máxima.
Hehehe! ;)
Tanta vez que fui para a rua, só por que contra-argumentava os professores até à exaustão e eles numa de já não tenho resposta para te dar e não estou para te aturar "vai para a rua que não te marco falta" e eu ainda contestava, porque não queria ir para a rua. Logo aí já se via o mau feitio em grande estilo.
Enfim... Está-me a dar uma de saudosismo!
É pena que, enquanto jovens, não percebamos na totalidade o quão boa é a nossa vidinha de estudante.
Estou sempre a dizer à minha LL que a melhor fase da vida dela é agora e sinto-me tão velha quanto achava serem os que o diziam o mesmo a mim, na minha altura.
A vida é um ciclo e um em permanente rotação.
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