Sempre se ouviu dizer que nas relações, homens e mulheres, procuram semelhanças com os seus progenitores na escolha dos seus futuros parceiros.
Sempre se ouviu dizer, também, que a vivência desses relacionamentos resulta das experiências vividas com os nossos pais. Homens com as suas mães e mulheres com os seus pais.
Pois eu tenho a dizer que, no que a mim diz respeito e apesar de ter dito várias vezes que isso não se aplicava à minha pessoa, ontem tive uma epifania.
A verdade é que sempre idolatrei o meu pai. Ele era o porto seguro do meu mundinho virado do avesso. Cedo percebi que tinha de me agarrar a ele se queria sobreviver neste mundo cruel onde eu tinha sido "deixada".
Era a menina do papá e com muito orgulho. Era a menina dos olhos dele e ele era o meu herói.
Mas as palavras, às vezes bem mais que as atitudes, também matam. E quando aos meus cerca de 15/16 anos ouço da boca do meu pai, sem qualquer razão ou justificação, que eu era a maior desilusão da vida dele e o maior erro que ele tinha cometido... O meu mundo ruiu.
Hoje digo que não acredito no amor, na durabilidade das relações e na realidade não permito que ninguém se aproxime o suficiente para que me possa infligir dano...
Por isso, sim! Eu tenho daddy issues...
... Por que há coisas que um filho(a) nunca devia ouvir (e essa não foi a pior coisa - de longe - que ouvi do meu pai), por que há coisas que mesmo que se pensem, não se devem verbalizar... Por que as pessoas à nossa volta (sejam filhos, parentes, amigos, etc) não têm de "levar" com as nossas desilusões e mágoas... Por que devemos ter a noção do peso das nossas palavras e perceber que as mesmas podem moldar personalidades e até mesmo vidas.
1 comentário:
Também eu idolatrava o meu pai, era o meu herói e tinha um orgulho imenso nele... Como as coisas mudam... É triste haver pessoas tão reles e que mesmo assim tenham o dom de gerar um filho...
Como eu te compreendo minha querida, como eu te compreendo...
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